quinta-feira, 13 de março de 2014

Estou ansiosa para a vida, é como se todos os meus sonhos tivessem se encontrado nessa fase e estivessem rondando a minha cabeça. Quando penso em um, o outro vem, quando decido o que fazer o outro logo atropela e as mãos começam a tremer, como se uma vida fosse pouca para realizar tudo o que quero. Para realizar o amor, o sonho, o projeto e a liberdade, no meu modo de pensar, preciso de alguns anos. A ânsia de viver tudo o que sonhei até aqui me amedronta, quando criança eu sonhava e não passava disso, sonhos que não saiam do meu travesseiro. Realizei meu primeiro projeto de vida, eu não conseguia acreditar, e quando finalmente entendi onde eu estava todos os outros sonhos corriam atrás de mim como se eu fosse obrigada a realizá-los também.
Hoje me sinto pressionada por eles, mesmo sabendo que todos devem ser realizados com calma. São projetos, vontades, desejos e aspirações. A música que me acalma é a mesma que me acelera, e me dá um norte de como devo seguir. Ficar parada me deixa aflita. O que ontem era panacéia, hoje é desespero, me sinto obrigada a realizar tudo isso. É como os minutos finais da prova para o vestibular, quando faltam 10 minutos e 3 questões que você não faz ideia de como resolver.
Meu lado amor, ou meu inteiro, me faz pensar somente com o coração e me emociona só de imaginar em conseguir realizar tudo o que quero, o coração que me entusiasma é o mesmo que me amedronta, acelera, desespera. O desespero não vem pelo medo de não conseguir, mas por ânsia de que seja feito logo.
Eu só queria levantar, fechar os olhos e dançar a música que me toca, ser livre como águia e voar para todos os lados até o momento em que sento, olho para o céu e deito. O silêncio que ontem respondia as minhas dúvidas, hoje a ecoam insanamente. É como se meus pés estivessem fora do chão e tentando pisar firme, é como se eu estivesse nas nuvens vendo a vida passar e não conseguindo descer.
O personagem que vos escreve não é mais um mero personagem, ele ganhou vida e é mais real do que já pôde ser um dia.



Borghetti, Maísa.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Como eu vejo o mundo



Foto: Maísa Borghetti
Eu não sou fotógrafa, mas eu fotografo. Tenho fotos de nuvens, árvores, trem, paisagens, copo de café. Eu fotografo coisas feias e bonitas porque acredito que tudo tem a sua beleza. A beleza está em todo lugar, o que muda é a forma como você vê.
Tem dias que eu acordo com outros olhos, eu vejo um vaso de planta no meu quintal e acho tão lindo e sensível, aquilo me passa uma mensagem, ele é um pedacinho da natureza no meu quintal. Ai eu abro a torneira para regar, eu dou água para a plantinha logo cedo que é o que eu faço quando me levanto, eu bebo um copo d'água e acho que a plantinha também quer.
Lembro que quando criança eu cobrava a minha mãe "mãe, qual o nome das suas plantas? Elas precisam de um nome.", eu adoro as plantas da minha mãe. Eu queria ter um jardim em casa, um pouquinho de terra para mexer no sábado de manhã, nós temos vários vasos no corredor que leva até o portão da rua, eles são o nosso jardim, a nossa natureza de todos os dias.
Tem dias que eu caminho até o ponto de ônibus olhando para o céu, as nuvens conversam comigo como se me dessem "Bom dia", com o sol brilhando no meu rosto eu mal posso abrir os olhos, e então eu pego o meu celular e fotografo, eu gosto de compartilhar esses momentos com meus amigos, eu gosto de mostrar que é bonito, que tudo é bonito quando você olha com bons olhos.
Devemos aproveitar esses momentos, essas fotos, o pouco de natureza que temos na cidade. Porque se os prédios da Av Paulista são bonitos, as árvores que vejo pelo vão do MASP são ainda mais.




Como eu vejo o mundo http://www.flickr.com/photos/103094895@N04/with/12213784204



Borghetti, Maísa.