segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Por um momento pude ver o fim de um sentimento tão bonito, tão intenso e que a cada dia se torna mais recíproco. Sentimento tão bem conquistado. É difícil aceitar que pode ter fim.
E naquele momento vi sofrer quem eu não queria machucar, vi sofrer quem não queria ver o fim e faltavam palavras certas e convincentes, o erro não pertencia a mais ninguém, mas a culpa vinha sobre si, e o medo vinha ainda mais forte. E não sabia o que fazer, nessas horas é difícil encontrar palavras certas e sábias. Não conseguiu se concentrar na leitura lutou contra as lágrimas, outrora prometeu não chorar mais de tristeza, resolveu deitar-se, mas o sono se foi.
A vontade de correr dali, e resolver tudo com um beijo apaixonado crescia a cada instante, o fato de não poder sair dali era revoltante, e a dificuldade de resolver o problema, resultava em um sentimento estranho.
E ao pensar que antes era tudo muito bom, tudo muito lindo, que tudo dava mais certo se perguntava “Quando isso vai acabar?”. Já tivera pensado em viver tudo nessa vida, menos o que estava vivendo e por não ter pensado, não sabia como resolver. Tinha solução para quase tudo, mas a situação não se resolveria nem com pedidos de desculpas e promessas, e quando chega a esse ponto, dá medo, muito medo, medo de ver tudo acabado, de perder tudo o que conquistaram juntos. E por mais difícil que fosse tinha que resistir e não chorar, não podia deixar que lágrimas de tristeza molhassem sua face. Prometeu que não choraria e tinha que cumprir. Conseguiu. Apesar do medo que sentia não chorou, algo dizia que ficaria tudo bem e sempre soube que um sentimento quando é forte e verdadeiro, supera tudo, mas daquela vez queria que tudo se resolvesse logo, não queria mais ter problemas superar já não era o bastante, o que queria era resultado. A agonia era grande e não via a hora de poder se resolver, sentiu muito medo, claro. O que sentia era mais verdadeiro que tudo e não podia acabar assim, era um sentimento sem igual.

domingo, 14 de dezembro de 2008





-Vem jantar Thomas.
-Não quero.
-Está triste?
-Não.
-Nem adianta tentar me enganar porque eu te conheço. Só uma coisa faz com que você não se alimente direito, a tristeza.
-No verão passado...
-Você ficou sem se alimentar direito durante 3 dias porque...
-Você disse que não poderia ir viajar comigo.
-É, mas eu fui. Quando eu te disse que iria você ficou todo animado, com um enorme sorriso estampado em seu rosto.
-Sorri por saber que passaria aqueles 5 dias com você.
-Foi maravilhoso Thomas.
-Foi mesmo, acordar ao seu lado, passar o dia com você, foi realmente maravi... Foi bom, divertido, mas passou e passado, é passado.
-Você prometeu que...
-Promessas, promessas, promessas...
-Você prometeu me amar para sempre.
-Você prometeu me fazer feliz.
-Você prometeu estar ao meu lado em todos os momentos, prometeu ser fiel e...
-Você prometeu nunca mais repetir isso.
-Promessas, promessas, promessas. De nada valeram as suas, desde então as minhas perderam o valor.

...

-Vamos recomeçar, seja minha Samantha.
-Serei Samantha, apenas isso.
-Minha Samantha.
-NUNCA.
-Não diga isso.

...

-Thomas, viu só como não dá certo, só brigamos.
-Você briga.
-Você joga as coisas na minha cara.
-Você diz que me amar foi um erro, nunca pensei ouvir isso de ti Samantha. Nunca senti tamanha dor, você não pensa, não quer nem saber se vai machucar ou não, apenas diz o que pensa. Talvez o erro esteja em continuarmos insistindo num relacionamento que já perdeu o respeito.
-Você sempre diz que se existe amor, o resto não importa.
-Desde que esse resto não machuque, não faz com que o amor desgaste.

sábado, 13 de dezembro de 2008




-Só mais uma chance Sam
-Não
-Prometo te fazer a garota mais feliz do mundo
-Não.

...

-Onde foi que eu errei Thomas?
-Eu errei
-Onde foi que eu errei?
-EU ERREI. EU SOU O ERRADO SAMANTHA.
-Tudo bem, porque diz isso?
-Por que sim.
-Você sabe que quem errou foi eu, não é mesmo?
-Eu reconheço que errei.
-ATÉ QUANDO VOCÊ VAI INSISTIR QUE VOCÊ ERROU?
-ATÉ VOCÊ ACEITAR.
-Então desiste Thomas, eu não vou aceitar.
-Ainda não aceita Sam. Eloh, Nicole, Danielle, todas viram, são suas melhores amigas.
-Você tem razão.

...

-Samantha, você acredita no amor?
-Acredito naquilo que sinto, e sei que é amor.
-E acredita também que pode ser eterno?
-Acredito no que é verdadeiro e sabemos que se é verdadeiro, é possível ser eterno.
-Acredita que acaba?
-Sim.
-Sabe me dizer o porquê?
-Depende de quem termina. Existem casos que o amor desgasta.
-Como freios de bicicleta?
-Sim, como freios de bicicleta. Não acredito que você ainda se lembra dos freios.
-Difícil esquecer. Quando se trata de você eu não esqueço. Você acredita que o amor entre nós acabou?
-Você acredita Thomas?
-Meu amor por ti é o mesmo. E o seu por mim, ainda é o mesmo?
-Os freios ficam gastos com o tempo...
-Mas é só trocar que fica tudo bem.
-Exato.
-O que você está querendo dizer com isso?
-Bater na mesma tecla sempre, não dá. Devemos seguir em frente.
-Cada um com sua vida? Nunca, eu quero você Sam e você não pode d...
-Podemos o que quisermos Thomas.
-E o que você quer? Desistir de tudo? Desistir de mim e dos sonhos que construímos juntos?
-Brigávamos tanto.
-Mas passou, tudo serve de aprendizado. Lembra?
-Passou, mas não se apagou.
-Sejamos mais lisos, vamos deixar as diferenças de lado Samantha, nos amamos tanto e ...
-Eu errei em ter te amado Thomas.
-Então quer dizer que me amar foi um erro?
-Talvez.
-Mas não é você que sempre diz que, por mais sofrido que seja o amor nunca é um erro?
-No meu caso foi.
-Aé? Por quê?
-Porque foi.
-Eu não penso assim.
-Mas eu penso Thomas.
-Sinto muito, desculpa ter aparecido na sua vida.
-Thomas, me desculpe, volte aqui, eu não queria te deixar chateado.
-Ta na hora de pensar no que você fala Samantha, você mais do que ninguém sabe que as palavras machucam.
-Me perdoa.
-De novo? Viu só como eu sou o errado da história, sempre te perdôo, virou rotina, costume.
-EU TE AMO.
-Eu amava quem nós éramos.
Continua.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008



O dia do casamento.



Feito por:
Grasiele Rocha e Maísa Borghetti.






Foto: David da Silva.


O dia do casamento - Último capítulo


-Mas Apolo, entenda que foi um momento de fraqueza, eu não queria...
-Queria sim. Se não quisesse não teria procurado Pietro.
-Ok, eu vou te entender Apolo, não sei se no seu lugar eu perdoaria.

Luiza diz com frieza

-Para onde você vai agora?
-Quem vai é você. Eu não vou sair da minha casa, quem quer se separar é você, saia então.
-Isso não está certo, Luiza, quem comprou esta casa fui eu, com meu dinheiro.
-Vai jogar na cara agora? Antes era nossa, agora é sua?
-Eu não vou deixar esse apartamento pra você Luiza, fique certa disto.
-Tudo bem.

Apolo sai, e vai para a casa da mãe, que diz ter avisado sobre o caráter de Luiza.
No dia seguinte Luiza acorda, e realmente se da conta do que aconteceu. Apolo foi embora, e desta vez era pra sempre.

-Sophia?
-Quem é?
-Sou eu, a Luiza.
-Ah, estava dormindo. O que aconteceu?
-Apolo foi embora, ele descobriu sobre o dia que fui à casa de Pietro, ele foi embora de casa, mas disse que não vai deixar o apartamento comigo, eu não sei o que faço, não sei se teria coragem para voltar para casa de meus pais.
-Que barra hein amiga, mas isso serve como uma lição, e mostra o quão certa é aquele dizer popular ‘quem avisa amigo é’.
-Sophia agora não é hora para sermão.
-Eu sei, mas não seria eu se perdesse essa oportunidade.
-Soh, vou a sua casa agora.
-Agora?
-É!
-Ta bom.

Luiza então saiu de casa, certa de que ia à casa de Sophia. Quando chegou perto da casa de Pietro, não resistiu.

-Pietrooo.-Luiza? Depois de tanto tempo resolveste aparecer?
-Precisamos conversar.

Luiza entrou e contou a Pietro tudo que havia acontecido, e chegou até a dizer para ele, que:

-Pietro, esta é a ultima oportunidade de ficarmos juntos.
-Estou de viajem marcada para os Estados Unidos.
-O que?
-É, ganhei uma bolsa para fazer faculdade, está na hora de fazer o que eu ainda não fiz, de me dedicar ao que não me dediquei, está na hora de correr atrás do tempo perdido.
-E eu Pietro, e nós?
-‘Nós’... Não existe faz tempo. Você? Você eu não sei, passei muito tempo te procurando, me dedicando, tentando que nosso amor desse certo para que um dia eu e você fossemos um só. Infelizmente não deu certo. Agora é hora de cuidar de mim.
-Desistiu fácil Pietro.
-Não quanto você.
-É, acho que acabou mesmo, não tem mais o que fazer, nem pra onde correr. O nosso fim é esse. -E Lembre-se, que quem procurou por isso fomos nós mesmos.
-Eu sei... Tchau Pietro. Até Logo.
-Adeus Luiza.

E este foi o triste fim de Luiza, que passou a vida inteira enganando a si mesma, procurando Pietro em Apolo, fingindo estar feliz.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XXII








-Precisamos conversar Apolo.
-Nem precisa falar nada.
-NÃO?
-Não eu já sei de tudo.
-Eu posso explicar.
-Então explica.
- E-eu sei que não tenho o direito de fazer ninguém sofrer e...
-Vamos direto ao ponto... Meu amor.
Luiza chora desesperadamente, ela percebe frieza no olhar de Apolo.
-E-eu não consigo.
-Pietro.
-O que?
-É isso mesmo que você ouviu. Pietro.
Os dois ficaram quietos, só se ouvia os sussurros de Luiza. Medo misturado com arrependimento. Apolo quebrou o silêncio.
-Você pensa que eu sou idiota. Por que se casou comigo se não é a mim que amas?
-Mas eu te amo
-Ama nada, se me amasse não me faria sofrer. Será que... Luiza você jogou fora todos esses anos que passamos juntos.
-Como assim eu joguei fora?
-Acha que ainda quero viver uma vida ao seu lado? Uma pessoa que mentiu pra mim esse tempo todo?
-Mas Apolo...
-Mas nada Luiza.
Apolo sai, vai dar uma volta para espairecer um pouco. Luiza fica em casa não liga pra ninguém como sempre faz, não procurou ajuda só consegue pensar na burrada que cometeu.
Por volta das 20h Apolo volta para casa.
-Apolo. Vamos conversar.
-Conversar?
-Sim, precisamos conversar.
- Ah, você está vendo só do jeito que eu fiquei e que tudo ficou Luiza?
-Me perdoa Apolo, por favor!
-Luiza.
-A nossa casa, nossas coisas, tudo tem nosso jeito, nosso cheiro. Por favor. Me abrace simplesmente, não fale, não lembre,não chore, só me abrace.
-Luiza não dá, eu te amo mas você me enganou. Disse me amar esse tempo todo sendo que sua cabeça está em outro.
-Não é bem assim.
-ENTÃO É COMO?
-Amor, pensa em todos esses anos que ficamos juntos, nesses meses de casamento.
-Você pensou nisso quando foi se jogar nos braços de Pietro?
-Você fala como se eu tivesse te traido.
-E não?
-Não.
-Traição não é só quando dois lábios se encontram. Não é isso que você sempre diz?
-Você está sendo muito radical.
-Às vezes é preciso ser radical e às vezes não é ser radical, é apenas enchergar a realidade de uma forma que nem todos tem coragem de enchergar.
-Você está usando minhas palavras contra mim.
-Foi isso que aprendi com você. Sai da minha vida.
-Não Apolo. A gente pode virar o jogo. Vamos conversar.
- Seus olhos vivem dizendo o que você teima em querer esconder.
-PÁRA APOLO. Eu te amo.
- Não precisa iludir nem fingir e nem chorar. Não precisa dizer o que eu não quero escutar.
-Pára de cantar as músicas que um dia eu cantei, de dizer palavras que um dia eu disse.
-Se é por falta de adeus não precisa mais ficar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XXI



-Luiza, você está feliz?
-Claro Apolo, por quê?
-Por nada amor. Só quero saber, eu quero te ver feliz.
-Eu estou feliz. Casamo-nos e era isso o que mais queríamos.

Luiza se sente mal por mentir, mas sabe que é tarde para voltar atrás, não via outra saída a não ser, tentar ser feliz com Apolo.
Apolo conhece Luiza e não acredita que ela esteja realmente feliz por ter se casado, ele sabe que está faltando alguma coisa, mas não sabe o que é.

-Tudo bem ela sempre foi muito apegada à mãe, mas não era pra reagir dessa forma. Ela está muito distante isso não é normal Adones.
-Conversa com ela Apolo, pergunta o que está acontecendo, o que está faltando. Se não o casamento de vocês não vai muito longe.
-Não fala isso nem de brincadeira, eu amo aquela mulher.

Apesar da dúvida, Apolo sabia o que estava acontecendo. Ele conhecera mais Luiza do que ela mesma, e sabe quando ela está falando a verdade, quando está triste e feliz, quando quer ou não algo. Apolo sentira medo e pensara em deixar essa história de lado. “Se ela não estiver feliz, que chegue a mim e fale” pensava ele, mas não conseguia ser egoísta ao ponto de fingir que nada estava acontecendo. Mesmo depois de alguns meses de casado, resolveu procurar ajuda e saber o que estava acontecendo. Procurou Sophia.

-Mas no dia do nosso casamento quando ela foi até sua casa, ela não disse se estava feliz, não disse nada?
-No dia do casamento de vocês?
-É Sophia, você não estava muito bem, lembra?
-Não. Quer dizer, lembro sim.
-Lembra mesmo?
-Sim lembro. –Sophia percebe que Luiza inventou uma boa mentira para Apolo.
-E então?
-Ah. Então ela comentou sim que estava feliz porque finalmente deu certo.
-Só isso?
-Conversamos pouco tempo.
-Ta bom Sophia, até logo- Diz Apolo desconfiado.
-Até.

Sophia liga para Luiza imediatamente para perguntar o que aconteceu.

-Você diz que estava na minha casa e não me conta nada, você é louca?
-Mas eu pedi para o Pietro te avisar.
-Ele não me avisou.
-Eu mato ele. Mas deu pra disfarçar? Apolo percebeu alguma coisa?
-Acho que não, não sei.
Apolo desconfiou sim e decidiu apurar os fatos. Foi atrás de mais informações e conseguiu.
-Oi meu amor, trouxe alguns chocolates pra você, sei que você gosta.
-Ah, obrigada.
-Dormiu bem?
-Aham. E você?

“Luiza estava fria como nunca esteve antes, ela sempre foi uma pessoa carinhosa comigo, sempre olha nos meus olhos quando conversamos. Tem alguma coisa errada”, pensa Apolo.

-Estou bem sim. Hoje foi cansativo no trabalho, muita coisa pra fazer, muita gente faltou e pra piorar o chefe estava lá ...
-Ata. Vou preparar o jantar.
-Trouxe um vinho para nós.

Luiza deu as costas e foi preparar o jantar, ela não conseguia olhar para Apolo, ele sempre foi uma ótima pessoa, fiel, companheiro, amigo, uma pessoa que não merece ser enganada. Luiza decide contar toda a verdade.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XX


-Não Apolo, vamos embora estou com dor de cabeça, e outra, a mãe de Sophia está um nojo, e o pai dela estressado, me arrependi de ter vindo.
-Aham, então depois ligamos para ela.
-Que bicho te mordeu hein, nunca se preocupou com Sophia.
-Por nada, só preocupação mesmo. Vocês são muito amigas e eu resolvi ser gentil, só isso Lu.
Luiza acha estranha a atitude de Apolo, mas prefere não fazer nenhum comentário. Eles entram no carro e seguem, Mais a frente Apolo vê Pietro sentado na calçada.

-Olha o Pietro, todo largado, coitado.
-ONDE? – Diz Luiza assustada.
-Nossa o que foi isso Luiza?
-Desculpe-me meu amor, é que faz tempo que não o vejo e disseram-me que ele... Bom, não importa.
-Disseram o que Luiza?
-Que ele estava acabado, machucado, sei lá.

Apolo percebera que Luiza estava estranha, mas preferiu não dizer nada. Chegando a casa, Luiza foi direto para o chuveiro tomar um banho gelado, Apolo foi se deitar, disse que a esperaria na cama.
No chuveiro, Luiza se perguntava o que estava fazendo de sua vida, ir atrás de Pietro no dia de seu casamento era loucura, mas desejava dormir com Pietro naquela noite.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XIX



E sua mão começa a passear pelo seu corpo, quando derrepente, o celular de Luiza toca, ela vê que é Apolo e diz que não vai atender, mas Pietro insiste.

-Atende, pode ser importante
-Não, não quero.
-Atende Luiza
-Que saco! Oi Apolo!
-Oi Lú! Estou ligando ai na casa de sua mãe e ninguém atende, estava preocupado.
-É...
-Estou indo te buscar.
-Não, é que, ai que dor de cabeça.
-Então já vou.
-Eu não estou na casa da minha mãe, eu estou na Sophia.
-QUE HISTÓRIA É ESSA LUIZA? Você não falou que ia na sua mãe?
-Eu fui, mas não tinha ninguém, Sophia me ligou dizendo que estava doente e vim vê-la.
-Tá, jajá chego ai.
-Não Apolo, eu vou dormir aqui.
-O QUE?
-Brincadeira amor...
-Tchau te amo.
-Também te amo - Luiza diz olhando para Pietro.

Apolo desligou e foi buscá-la. Luiza ficou desesperada.

-E agora? Tenho que correr para a casa de Sophia.
-Eu falei pra você ir embora.
-Eu sei, me leva até o portão!
-Não, vou te levar até a casa da Sophia, você não está em condições de andar sozinha, ainda mais essa hora.
-Mas Apolo pode ver...
-Não vai, mas vamos logo.

Pietro e Luiza vão correndo para chegar antes de Apolo.

-Melhor você voltar daqui Pie
-Tudo bem, vou ficar te olhando. Tchau Lú.
-Tchau... Ah eu vou ficar esperando Apolo no portão, quando ele chegar, vá até a casa de Sophia e diz para ela confirmar que eu estava na casa dela, caso alguém pergunte.
-Tá, agora vai logo, deve ser o carro de Apolo vindo.
Luiza vai para o portão e finge estar acenando para alguém, Apolo desce do carro, ele quer entrar para ver se Sophia está melhor.

sábado, 4 de outubro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XVIII


-Pietrooooooo... Pietrooooooo!
- O queeeee?
-Abre Pietro, é a Luiza!
-Eu sei, não estou afim, vai embora, some daqui...

Luiza tenta abrir o portão e vê que está aberto, então entra e vê Pietro jogado no sofá, com uma garrafa de Whisky barato, quase vazia, ao lado. Apesar de parecer, não estava bêbado, alias, estava bem sóbrio.

-Bebendo Pietro? Quantas vezes eu tenho que falar pra voc...
-Você não tem que falar nada, você tem que ficar quieta, e some da minha frente. – Pietro diz em um tom meio agressivo.
-Calma, não vim aqui para discutir com você, eu vim para...
-Eu sei pra que você veio... Você veio pra rir da minha desgraça, para ver meu estado e contar para seu maridinho, e eu serei alvo da felicidade de vocês.
-Pára, você sabe que não é assim, você sabe que o que eu mais quero é te ver feliz.
-Você não quer isso, se quisesse teria ficado comigo e não com aquele tolo.

Luiza se aproxima.

-Pie, por favor...
-Luiza, vai embora, por favor, agora quem quer te esquecer sou eu, e com você sempre presente isso será impossível. – Agora Pietro parece mais calmo.
-Eu sei Pietro... Desculpe!
-Pegue o Whisky na geladeira para mim por favor?
-Não, não quero que você beba...
-Bebe comigo? Vamos comemorar seu casamento.

Apesar de Luiza não beber, e odiar o fato de que Pietro bebe, sentiu-se tentada pelo convite e...

-Ta, vou buscar.

O Whisky já não era barato, era mais forte, e pelo fato de Luiza nunca beber, seria fácil de embebedar-se. Pietro serviu-a, Luiza tomou, mas fez careta, Pietro riu.

-Não sou acostumada, você sabe!
-Cadê seu marido?
-Está em casa!
-Porque não o trouxe?
-Ainda não estou louca Pietro...
-Ele sabe que você está aqui?
-Não! – Luiza se perde com o olhar, sente uma vergonha de estar ali, e Apolo em casa, pensando que ela está na casa de sua mãe.
-E ele acha que estais aonde? Na casa da mamãe? Ahahhaahahha
-É.
-Aahahahahhaaha, seu maridinho é mesmo um idiota, só ele pra acreditar nisso.

Luiza dá um sorriso sem graça, e serve-se de Whisky, vira o copo de uma vez, acompanhado de uma careta. Pietro sorri novamente.

-Para quem não bebe, até que você não é tão mal...
-É, quando viro de uma vez, parece que não fica tão ruim...
-E ainda faz uma careta dessas?

Luiza já estava meio tonta, a bebida já tinha feito efeito, dali pra frente, tudo que fizesse seria efeito de duas dozes, nada mais...

-Pietro, eu gosto de você, nem sei por que me casei com Apolo, você não sabe como estou arrependida, se eu pudesse voltar atrás eu...
-Você faria tudo de novo.
-Não, não faria...
-Você diz isso porque já conheceu o gosto amargo do casamento, mas se não soubesse, você não diria o que está dizendo agora, entendeu?

Luiza serviu-se novamente, estava bebendo mais que Pietro, estava descontrolada, perturbada, confusa, tinha vontade de se jogar nos braços de Pietro e se entregar completamente... Luiza olhou no relógio e...

-22horas? Nossa como o tempo passou rápido... Nem percebi...
-É, quando estamos ao lado da pessoa amada, a hora passa e nem vemos. É melhor você ir embora, pode complicar para você, eu levo você até a casa de sua mãe e de lá você liga para Apolo te buscar, para ele não desconfiar. Vamos?
-Não, não, não, e não! – Luiza se aconchega no peito de Pietro como se fosse uma criança no colo de sua mãe.
Pietro a abraça carinhosamente, como era bom aquilo, como era bom ter Luiza ao seu lado, como era bom sentir-se feliz...

-Mas Lu, Apolo já deve ter ligado para a casa de sua mãe, logo na primeira noite de casados você some assim, ele deve estar preocupado.
-Deixe, eu estou com você e estou feliz, nada, nada mais importa! – Luiza já não tinha vergonha, a bebida tomara conta de guardar a vergonha em um canto bem escondido dentro dela...
-Ta bom Luiza, caso aconteça algo, não quero que me culpe de nada, está ouvindo? Eu tentei!
-Eu sei o que estou fazendo...
-Não você não sabe, está bêbada, mas também não posso levá-la a força, não devia ter deixado você beber.

Pietro falava em um tom de preocupação, Luiza sentiu que Pietro estava realmente preocupado com ela, e adorou, sentiu-se protegida... Luiza ia servir-se de sua quarta dose, quando Pietro tomou o copo de suas mãos...

-Só mais esse Pie?
-Não! Chega.

Os dois estavam sentados no chão, como nos velhos tempos, adoravam sentar no tapete, sentiam-se mais livres... Luiza deitada no peito de Pietro, e começou a contar à sensação que teve na hora de seu casamento.

-Era estranho, era como se estivesse sendo acorrentada obrigatoriamente, sentia vontade de correr, mas não podia, não conseguia, eu olhava a Apolo de um jeito estranho, como nunca tinha olhado antes... E quando chegamos em nossa casa, que vi que aquela casa era NOSSA, foi estranho.
-Hum...
-Poxa, to te contando o que senti e você me respondo com um simples ‘hum’. Por favor, né.
-Você quer que eu fale o que? Não tenho o que falar quem escolheu isso foi você.

Luiza ficou quieta, sabia que Pietro é quem tinha razão. Os dois ficaram calados, e Pietro acariciava seu rosto, depois seus braços, e depois sua barriga...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XVII



Sim, ficar longe realmente seria o melhor, a única maneira de esquecer um grande amor... Esquecer não, esquecer talvez seja uma palavra muito forte, não se "esquece" um grande amor, apenas com a ausência fica mais fácil de viver...Enfim, chega o esperado dia do casamento, Luiza está se arrumando, sente duvida, mas não pode desistir. Apolo já está pronto, também sente uma leve dúvida, um certo medo por tudo que houvera acontecido em seu "outro" casamento, mas está certo de que deve se casar e ser feliz com Luiza. Então chega o momento, um casamento simples, e desta vez, não teve interrupções, Luiza, finalmente casou-se com Apolo... Os dois vão para o apartamento que haviam preparado há uns dois anos.


-Lu, você não imagina como estou feliz, que bom que desta vez deu certo!

-É mesmo – Luiza dá um sorriso sem graça.

-Vou tomar banho meu amor, precisamos descansar. Aliás, já decidiu aonde quer passar a lua de mel?

-Não amor, depois conversamos sobre isso.


Apolo então foi tomar seu banho feliz da vida, realmente, casar-se com Luiza foi a melhor coisa que já acontecera em sua vida. Luiza, por incrível que pareça, apesar de sua determinação, sente-se arrependida, havia casado, casamento é uma coisa muito séria, não era como um simples noivado que pudera desistir a qualquer momento, agora ela tinha assinado uns papeis que mudara a vida dela. Pietro não saia de sua cabeça... Foi até a porta de banheiro e disse a Apolo:


-Amor, estou indo até a casa de minha mãe – a casa de sua mãe ficava apenas a uns 30 minutos dali...

-Como assim na casa de sua mãe?

-Estou com saudades dela...

-Você acabou de vê-la Luiza.

-É eu sei, mas...

-Ta bom Lu, espere eu sair que vou contigo até lá.

-NÃO!

-Ham? Como não? Porque Luiza?

-Ah amor, é porque você deve estar cansado e eu volto logo, só vou dar um beijo na minha mãe, sabe como é, é a primeira noite que vou passar sem ela, é estranho...

-Mas Lu, você dormia na casa de suas amigas e não era estranho, agora você é minha esposa, você tem que ficar comigo.

-Eu sei amor, mas é diferente, você não entende, eu sei... Mas olha, estou indo, tchau beijos, te am... amo!

-Tchau Lu, eu também te amo muito viu. Volta logo!


Então Luiza sai, não vai a casa de sua mãe... Anda meio sem rumo, tem vontade de ir a casa de Pietro, não sabe se deve... Mas vai...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Dia do Casamento- Capítulo XVI



Luiza está decidida, irá casar com Apolo e nem Pietro a impedira. Mas ela não consegue esquecê-lo nem por um segundo, precisa conversar com ele, liga para sua casa e quem atende é dona Hera, que, ao contrário da mãe de Apolo, a trata muito bem.


-Oi dona Hera, é Luiza, tudo bem com a senhora?


-Oi Lu, estou bem sim e você? Sumiu daqui.


-Estou bem... Pois é, mudanças da vida, Pietro está por ai?


-Claro, vou chamá-lo.


-Fala


-Oi Pietro é Lui...


-Eu sei quem é.


-Está bravo?


-Não não, a mulher da minha vida vai se casar, estou super feliz.


-Pietro, vamos conversar, vem aqui em casa hoje.


-Eu não, ir ai pra quê? Pra você dizer mais uma vez que quer me esquecer?


-Não complique as coisas.


Pietro decide ir, pode ser algo importante. Em menos de 30 minutos ele chega.


-Bom, a notícia não é boa.


-Imaginei - Pietro a interrompe.


-Deixe-me falar. Nossa história acabou não tem mais volta, não dá certo e sabemos disso. E quero te fazer um pedido... Quero que você viva a sua vida, encontre alguém que te ame e que cuidará de ti. Tenho certeza que você vai encontrar.


-Me chamou aqui pra isso Luiza? Poderia ter falado pelo telefone.


-É eu sei, mas preferi que fosse pessoalmente.


-Cansei de correr atrás de você, acho que nossa história chegou ao fim mesmo. Vou te esquecer Luiza, espero que você não se arrependa.


Pietro a olha de uma maneira fria e se dirige até a porta, antes de sair ele olha nos olhos de Luiza e diz:


-Nunca se esqueça de uma coisa Luiza, foi você, com seu carinho e sua alegria, a grande responsável por eu ter encontrado novamente o sentido da vida.


Sai e nem se despede direito. Luiza chora muito, mas sabe que ficar longe será melhor para os dois.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O dia do casamento XV



-Sim voltar.

-Nossa, tão rápido, tão direto...
- Apolo, se nos amamos não temos motivos para ficarmos separados.

Apolo não podia recusar um pedido desse de sua amada, ele a amava e sabia que sem ela não era impossível ser feliz.


-Eu nunca amei tanto como eu te amo Luiza.
-Então Apolo, eu te amo, você é e sempre será especial e único em minha vida. Você me trouxe a felicidade.


E os dois reatam o noivado. Luiza está super feliz, Pietro fora viajar para a casa de um parente, foi o que ajudou Luiza a esquecê-lo. Três meses de noivado e os dois resolvem se casar, nada de festa, apenas no cartório, para evitar confusão. A mãe de Apolo continua contra o casamento, diz que não vai dar certo, que Luiza nunca o amou de verdade e que ela não o fará feliz como ele merece.


Faltando exatamente 72horas para o casamento, a campainha da casa de Luiza toca, é Pietro, ele chegara naquele momento de viagem e não quis perder tempo:

-Luiza, por favor, não se case.
-Ah meu Deus. Faltam dois dias para o meu casamento Pietro, você acha mesmo que eu faria isso?
-Luiza me escuta você sabe que não ama Apolo, você tem que desistir dessa idéia maluca e..
-Me dê um motivo para isso.
-É a mim que você ama, não adianta negar.


Luiza fica em silêncio por alguns segundos, ela não consegue acreditar no que está acontecendo, Pietro sabe que ela o ama, mas ela não quer e não pode demonstrar isso, mas não consegue:

-Como você pode dizer isso com tanta certeza?
-Eu te conheço, eu sinto, eu sei. Você mostra isso no olhar.
-Pietro eu vou me casar, e o amor, esse amor que insiste em ficar, o sofrimento, tudo isso será arrancado do meu peito.
-Você está indo contra a sua vontade.
-Não eu não estou. Adeus Pietro.

Luiza bate a porta e se tranca no quarto. Todo aquele amor por Pietro que Luiza escondeu durante esses três meses, voltou. Ela precisa de força para resistir ao pedido de Pietro:

-Soh Pietro veio aqui em casa, pediu pra voltar.
-Sério? E ai?
-Eu disse que não. Sophia eu vou me casar com Apolo e agora é pra valer, nada nem ninguém vai impedir.
-Pelo menos você está decidida.
-Sophia eu não agüento mais isso, eu nunca vou conseguir esquecer Pietro. Quando estou quase conseguindo ou ele aparece, ou eu dou de louca e vou atrás dele. Devo ter jogado pedra na cruz.
-Se você quer realmente esquecê-lo Lú, case-se logo com Apolo e pára de correr atrás dele. Você vai conseguir, é só querer.
-Dói mais quando penso em esquecê-lo do que quando penso em amá-lo. E mais ainda quando penso que esse amor todo que ele diz sentir por mim, é verdadeiro.
-É Luiza, agora só depende de você.
-Mesmo que a dor seja maior minha vontade, eu vou arrancar Pietro do meu peito para sempre.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O dia do casamento XIV


-Como assim, você vê?

-Ta na cara que você ainda ama Pietro, todos sabem, estou cansada de repetir isso.

-E?

-Hã, como assim E? Pára de perder tempo e vai logo atrás dele.

-Não sei...

-Bom, você é quem sabe, eu te dei uma opção, cabe a você aceitar amiga. Agora eu preciso ir beijos.

Sophia vai embora e Luiza fica pensando no que a amiga disse, será mesmo que ir atrás de Pietro é a escolha certa? Dois dias depois enquanto toma banho, Luiza pensa numa solução. Ela começa a lembrar de tudo o que viveu com Apolo, e na dor que Pietro a fez sentir, e chega a uma conclusão.

-Não serei tola mais uma vez, Pietro me fez sofrer tanto, por que agora seria diferente? Tudo o que vivi com Apolo foi tão lindo e intenso, não posso jogar tudo para o alto.

Ela está decidida, e então veste uma roupa bem bonita, se maquia e sai do quarto, toda sorridente. Sua mãe se assusta e pergunta:

-O que aconteceu que você está tão feliz?

-Resolvi ser feliz, se alguém me ligar diz que fui viajar.

E foi o que dona Marieta fez.

-Oi dona Marieta, é Apolo tudo bem com a senhora?

-Apolo meu filho, estou bem e você?

-Estou bem. A Luiza está por ai?

-Luiza? Não, ela não está, foi viajar.

-Viajar? Ah tudo bem então, vou tentar ligar no celular dela.

-Ta bom.

Apolo fica inconformado e diz para si:

-Luiza é a mulher da minha vida, eu deveria ter a feito esquecer Pietro totalmente, a culpa de tudo isso é minha, eu sou um tolo mesmo, um id...

-Apolo?

-Luiza? Você não foi viajar?

-Viajar? Ah, você provavelmente ligou em casa. Eu falei pra minha mãe dizer isso, mas é mentira, na verdade eu quis fugir das pessoas.

-Vindo pra cá?

-É. Na verdade eu vim pedir pra você voltar pra mim.
-VOLTAR?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Lixo


Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.- No seu lixo ou no meu?





Luis Fernando Veríssimo
Estamos, eu e a Grasiele Rocha também autora de 'O dia do casamento', com um pequeno problema, e por conta disso estamos sem atualizar nossa "novela", e para que ninguém fique sem ler, atualizarei o blog com alguns textos de autoria conhecida.
Em breve voltaremos com mais um capítulo emocionante de 'O dia do casamento'.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O dia do casamento - Capítulo XIII



-Que bom que sei!
-É...
-Lu, eu posso mesmo acreditar em você? Eu posso mesmo acreditar que você me ama, e que vamos ser felizes para sempre?
-Não!
-O que?
-Não... Não sei..
-Como assim você não sabe Luiza?
-Apolo, vai embora, por favor, eu preciso ficar sozinha!
-Você realmente quer me fazer de idiota né Luiza?
-Não, não é isso Apolo. É que..
-É que nada, acontece que você gosta mesmo de Pietro, eu sou um intruso na sua vida. Tchau Luiza, não me procure nunca mais.
-Não Apolo calma, espere, eu estou confusa, eu amei muito Pietro, e... Não sei... É difícil.
-Como assim amou muito Pietro? Estamos juntos a anos e esse amor continua Luiza?
-Não, não continua Pietro.. Apol...
-O que? Você me chamou de Pietro Luiza? Agora é demais para mim, chega!
–Apolo desculpa, foi sem querer.
-Seria melhor se você dissesse que foi de propósito Luiza, doeria menos. É acho que você mudou sim de idéia quanto ao que me propôs ontem.

Luiza deixa Apolo ir, ela está muito confusa, seu coração dói pela falta de Pietro e chora pela falta de Apolo. Ela não sabe o que faz. Desesperada liga para Helena.
-Helena eu já tentei esquecê-lo, mas é difícil.
-Mas não é impossível Luiza, você vai cair de novo no mesmo erro ficando com Pietro?
-Ele disse que era imaturo, e é verdade Helena.
-E quem garante que ele mudou?
-Você é igual minha mãe, ficam ai protegendo Apolo. Vou desligar. Tchau.
-Você é quem sabe, tchau.

Luiza não tem o apoio de ninguém quando o assunto é sua paixão por Pietro, com exceção de Sophia. Desesperada ela liga para a amiga e começa a desabafar, Sophia se sensibiliza e vai até a casa de Luiza dar um apoio a amiga.
-Você está mal mesmo hein amiga.
-Muito Soh, eu não sei o que faço. Pietro me balança, Apolo me surpreende
-Quem você ama?
-Não sei, quando eu vejo Pietro pareço adolescente apaixonada, e quando vejo Apolo não tenho duvidas de que é com ele que devo viver pelo resto da minha vida.
-Quem você ama mais?
-Sophia... Chega de perguntas.
-Ta bom RS. Lú me perdoa?
-Ah Sophia, fiquei com muita raiva de você e sinc...
-AAAA NÃO, já estou me sentindo culpada o bastante, se você começar a falar eu vou me matar RS, pára vai, por favor, só diz que me perdoa.
-Ta bom.
-Olha eu posso ir atrás de Apolo e tentar concertar a situação, talvez se eu fiz...
-Sophia o problema não é Apolo nem Pietro, o problema agora é que mais uma vez você me deixou confusa quanto ao que sinto por Pietro, e eu não vejo saída.
-Mas eu vejo.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O dia do casamento - Capítulo XII


Sophia, apesar de tudo, estava adorando tudo que estava acontecendo... Assistia tudo como se visse sua peça teatral preferida, e ao mesmo tempo que assistia, sentia-se como se fosse a atriz principal, sem ela, não haveria conflito, sem ela, a história ficaria sem graça... Todo esse caos, havia mudado muito Sophia, olhava a tudo e a todos com outro olhar, falava de um modo diferente, com uma ironia irreconhecível... Pietro no outro dia pela manhã decidiu ir até a casa de Luiza, e foi...
-Luiza... Luiza...
-Entra...
-Olá!-Pietro?
-Ora, pensei que tivesse reconhecido minha voz... Estranhei mesmo mandar entrar com tanta calma (risos).
-O que quer?
-Conversar... Tava me sentindo meio sozinho em casa resolvi vem até aqui.
-E sua mulher? Seus amigos? Porque procurar logo a mim?
-Deve ser porque estava com vontade de conversar com Você.
Os dois subiram para o quarto e por horas ficaram conversando... E faltando duas horas para o prazo que Luiza havia dado quem aparece lá é Apolo, romântico, com flores, um cartão, e bastante chocolate... Entra devagar, quer fazer surpresa, sobe até o quarto:
-É, eu lembro sim... E teve aquela vez que você foi no parque porque sabia que eu estava lá, só para me ver...
-Pie, eu não fui só para te ver... (risos)
-Foi sim, eu sei, eu percebi no seu olhar, e até hoje ele não me falha, sempre sei o que ele está dizendo...
Se olham...
-Ta, é, eu conf...
-Como sou tolo mesmo...
-Apolo? Dizem Luiza e Pietro
-Venho com flores, e olha o que recebo? Sophia estava certa mesmo, e estou me convencendo que eu sempre fui um intruso no meio de vocês dois, o que devo fazer é aceitar.
-Não Apolo, quem não deveria estar aqui sou eu, Luiza e eu somos apenas amigos, e estávamos relembrando o passado... Apenas o passado.
Luiza então diz como se não tivesse gostado do que ouviu, mas volta atrás...
-Como assim Pietro? Eu pensei q... É, eu pensei que ainda tinha a idéia MALUCA de voltar comigo.
-Não talvez não seja o melhor! Vou embora, deixar vocês conversarem, estou torcendo por vocês...
-Tchau Pie, quando puder volte...
-Tchau Lu, foi ótimo ter conversado com você.
Apolo está sentado, olhando para o lado, parecia ter medo, de estar vendo, e ser obrigado a concordar com Sophia. Luiza tem um olhar distante, parece inconformada com alguma coisa... Fala com certa frieza com Apolo.
-Então Apolo, pensou sobre o que conversamos?
-Sim, fui conversar com Sophia logo que você saiu de minha casa... Ela contou-me a verdade, desculpe por ter duvidado de ti, agora sei que não tens nada a ver com o ocorrido do dia do casamento.
-Ah, engraçado ela não ter mentido, mas engraçado ainda é você precisar escutar dela para acreditar.
-Desculpe, errei... Todos erram. Mudou de idéia sobre o que me propôs ontem?
-Não! Porque mudaria?
-Pietro... Não sei.
-Pietro e eu não temos nada. Mesmo que quisesse ter, você mêsm...
-E você quer?
-NÃO!
-Olha trouxe para você... - pega as flores e o chocolate em cima da cama.Com um leve sorriso:
-Você sabe mesmo como me agradar!
-Jura que ainda sei?
-Pelo que vejo, sempre saberá...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Parabéns para mim.

Hoje é meu aniversário e eu vim me parabenizar por isso.
Parabéns para mim. Que todos os meus sonhos e objetivos
se realizem, que eu seja muito feliz.
Hoje foi um dia legal, ganhei presente e MUITOS parabéns.
Olha só que presentão meu pai me deu, um espacinho no blog
dele.




A semana da gloriosa dona Zazá
A partir de hoje, 4 de agosto data em que ela nasceu, e até o próximo sábado, nosso boteco imaginário estará enfeitado para festa.
Festa para minha filha Maísa, nome que o carinho dos que a rodeiam condensou para Zazá, ou Zá.
Até os sete/oito anos de idade, a família me aperreava:
- A Zazá não faz um círculo com o lápis, não lê uma vírgula!!!
Eu, na minha. Intuitivamente percebia que debaixo daqueles olhinhos vivazes, letras e sinais gráficos entravam em ebulição.
A leitura e a escrita brotaram na colheita prevista do ensino fundamental.
Mas, aos 13 anos, Zazá decretou:
- Vou ser jornalista.
Eu, quieto. Comovido e mudo.
Uma bela tarde, vadiando em vão pela internet, dou de cara com um blog cheio daquilo que os acadêmicos chamam de escrita interior.
A erupção já começou, e eu nem estava sabendo.
Assim é minha Zazá: um lago de doçura.
Mas de uma profundidade, de uns misteriozinhos de menina-moça, que bom seria colocarmos ali um aviso aos navegantes.
Nestes próximos dias vocês saberão algumas historiazinhas reais (opa!, quase entreguei o nome do blog dela!!!) desta personagem importante deste tempo que estou sobre a terra.
Sirvo, como aperitivo, um texto da minha Zazá linda.
E não se espantem se sentirem (garanto que não é corujice paterna) alguma coisa de Clarice, de Lygia...

Dúvidas
Por Maísa Borghetti
Será que...
Não, melhor nem pensar nisso.
Mas... e se realmente for?
Ai!, que medo.
Não sei, mas... sinto medo.
E se eu...
É melhor deixar tudo como está.
Mas seria tão...
IDIOTA!!! Não seja idiota mais uma vez.
Você sabe como é, como foi, e como vai ser.
Tira isso da cabeça.
É, tira isso da cabeça.
Mas... sabendo que tudo seria...
Seria ruim, péssimo.
Já posso sentir a dor, as lágrimas, o desespero.
Melhor nem pensar; melhor deixar assim, como está.
Mas até quando será assim?
Até quando vou deixar como está?
Não seria melhor se eu ...
Não, não seria melhor.
O melhor é que eu espere pra ver o que acontece.
É. É isso.
Esperarei... Em silêncio.
Não será tanto sacrifício, já que eu guardo tanta coisa para mim.
Vou fingir apenas que esqueci, que não ligo mais.
Porém, ligando, e "por de baixo dos panos" fazendo algo para acabar logo com isso.



Pelo visto, até que escrevo um pouco bem. (RS)

sábado, 2 de agosto de 2008

O dia do casamento - Capítulo XI


Apolo então decide ligar para Sophia, só conversando com ela que saberia se deveria realmente ir atrás de Luiza. Mas tinha uma duvida, Sophia podia mesmo estar querendo destruir o casamento dele com Luiza, mas mesmo assim, resolveu arriscar...
-Sophia, é o Apolo, podemos conversar?
-Apolo? Sim pode falar.
-Não gostaria que fosse por telefone.
-E gostaria que fosse por onde?
-Nos encontramos as dezoito no barzinho que fica na esquina da Augusta com a Paulista.
-As dezoito não posso, pode ser às dezessete?
-Ta bom então, até lá...
Então no local e no horário combinado estão ambos... Apolo é direto:
-Sophia preciso que responda com sinceridade o que vou perguntar... O que você disse no dia de meu casamento, aliás, no dia que era pra ser meu casamento, é verdade? Luiza sabia de tudo não é? Era tudo um plano de vocês... Fale a verdade!
-Há meu Deus, como andam aumentando as coisas para você, ou tudo isso foi sua própria conclusão? Garoto esperto!- Sophia diz em um tom irônico.
-Sophia, não brinque, por favor, dependo de sua resposta para ser feliz.
-Ah, ok! Vamos lá, tudo que disse é verdade sim, e você sabe, só nunca quis enxergar. Não, não foi um planinho maquiavélico pra cima do bom moço. Luiza nem Pietro sabiam, são vitimas assim como você, a tempos estava com vontade de fazer uma maldade, escolhi logo o casamento de minha melhor amiga...
-Então tudo isso foi só para ver-nos infelizes, você não presta Sophia. Ainda tem coragem de confessar...
-Então você preferiria que eu não confessasse? Você gosta de viver em um mundo que não é seu, né Apolo?
-O que?
-Olha, falando a verdade, está na cara que Luiza sempre gostou de Pietro, ela só ficou contigo para esquecê-lo, você sempre soube! Eu fiz o que fiz, por achar que faria melhor para todos, Luiza e Pietro que se amam de VERDADE ficariam juntos, e você procuraria alguém que te amasse de verdade também... Mas infelizmente não deu certo, hoje sou vista como a vilã, a invejosa, a que gosta de Pietro, a que gosta de Apolo, e fez tudo isso para ficar com os dois, sabe lá... É tanto que eu escuto que resolvi tapar meus ouvidos...
-A faça mil favores... Quer ser a vitima agora?
-Não, até porque não tenho vocação para vítima, só estou desabafando contigo mesmo...
-Eu acho que não sou a pessoa ideal para isso!
-Não mesmo! Enfim... Quer um conselho?
-Diga...
-Vá lá atrás de Luiza, ela não tem culpa de nada, se tem algum culpado nessa história sou eu.
-Mas você a pouco falou que Luiza ama a Pietro, porque fala para ir-me até ela? Será mais um plano?
-Quem sabe... Tchau Apolo, agora que sabe a verdade, faça o que quiser, mas cuidado, eu posso estar preparando mais um plano para o casal apaixonado, hahahahahaha.
-Tchau... Até que você me ajudou...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O dia do casamento - Capítulo X


...Que Pietro não está desaparecido, tudo isso foi apenas mais uma loucura de Maria Antônia. Na verdade ela estava a procura de Henry seu verdadeiro amor:
-Como assim atrás de Henry?
-Por que eu disse a ela que Henry estava indo a tua casa. Ele disse-me que precisava falar contigo.
-Então ta bom Sophia.
-Ei... Por que ligaste logo para mim?
-Foi o primeiro número que veio a minha mente.
-Então quer dizer que já se convenceu de que Pietro é seu verdadeiro amor e vai atrás dele?
-Não enche Sophiaaa.
Então desliga, sem ao menos agradecer pela informação. Luiza começa a pensar, não entende, por que se preocupa tanto com Pietro, e sente tanto por ter perdido Apolo, sente-se confusa. Decide pedir ajuda a mãe, que diz para ela ir logo atrás de Apolo. Mas como, se seu coração pede para ir atrás de Pietro? Embora seja Apolo quem a faz feliz. Mais um dia se passa, Luiza então decide não esperar, não pode esperar, vai a casa de Apolo e diz tudo que sente:
-Apolo, podemos conversar agora?
-Não temos mais nada para conversar.
-Claro que temos, depois do... Daquele dia não conversamos, você só foi até minha casa para queimar nossas fotos e...
-Ta bom, corrigindo o que disse. Luiza, não temos nada para conversar.
-Sínico.
-Se sou sínico por que veio até aqui?
-Por que eu ainda te am... Por que sou uma troxa, não deveria ter vindo, é perda de tempo.
Luiza anda em direção a porta, aos prantos, Apolo se arrepende de tê-la tratado mal e a chama, mas Luiza nem se quer olha para trás, ele se levanta e a segura pelo braço, olha em seus olhos e os dois se abraçam.
-O que está acontecendo conosco amor?
-Amor, Apolo?
-O que? Ah desculpe-me, força do habito.
-Você ainda me ama?
-Sai.
-RESPONDE
-Sai daqui, vai embora, não vou responder nada.
-Você não era assim.
-As pessoas mudam, não é mesmo Luiza?
-O que você quis dizer com isso?
-Nada por que, deveria?
-Pelo seu tom de voz, sim.
-Está bem Luiza, sente-se, vamos conversar.
Os dois ficam calados, Apolo de cabeça baixa e Luiza olhando para o nada. Ela tenta uma aproximação, mas Apolo recusa.
-O que você veio me dizer mesmo Luiza?
-Queria saber como você está e esclarecer algumas coisas.
-Estou bem obrigado, e não precisa esclarecer nada, se quiser já pode ir.
Luiza olha para Apolo e percebe que ele está chorando, ela seca uma lágrima que escore sobre sua face e diz:
-Eu não vou embora enquanto você não me ouvir.
-Então ta, vai ficar aqui até o amanhecer, eu não quero te ouvir.
Apolo se levanta e sai do quarto, Luiza vai atrás dele e diz, quase gritando.
-Depois de todos esses anos que vivemos juntos, será que não resta nem um pouco de amor, carinho, nenhum sentimento?
-Claro que sim.
-Então ouça o que tenho para te dizer, não podemos mais adiar essa conversa.
Luiza explica tudo o que está acontecendo, esclarece muitas coisas e diz que é Apolo quem ela quer e que ela não tem nada a ver com o que Sophia fez.
-Acredita em mim Apolo?
-É difícil Luiza, difícil de acreditar em ti, de acreditar no que está acontecendo conosco, é tudo difícil para mim.
-E o que pretende fazer?
-Dê-me um tempo, preciso pensar um pouco.
-Tudo bem, me procure dentro de 24h, caso contrário, eu enlouqueço. Até mais.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O dia do casamento - Capítulo IX


Sophia diz:

-Tenha dó de si mesma! Tchau Luiza!


Sophia sai do quarto. Luiza controla o choro, fica pensativa, a amiga mexia com sua mente, a deixava confusa. Então decidiu ligar para Helena, uma antiga amiga que não pode aparecer no casamento por problemas pessoais! Luiza contou tudo a ela, Helena achou tudo um absurdo, sempre apoiara o casamento de Luiza com Apolo, disse estar chocada, não esperava essa crueldade de Sophia! Sim Sophia havia sido transformada em uma vilã, ninguém entendia o lado dela, todos a crucificavam, criticavam, não queriam vê-la nem pintada de ouro. Helena foi a casa de Luiza dar uma força para a amiga, mas não ficou muito tempo, Helena é uma pessoa muito ocupada.
No dia seguinte dona Marieta bate na porta, diz que tem uma garota esperando Luiza na sala, mas que ela não quis se identificar. Luiza fica curiosa e vai até lá ver quem é:
- Maria Antônia, o que faz aqui?
-Vim te ver.
-Não seja falsa Maria, quer saber de Pietro?
-Nossa Luiza, eu vim saber como você está, fiquei sabendo do que aconteceu no seu casamento e pensei que..
-Eu disse que queria saber de Pietro. Olha Maria Antônia, eu estou meio sem tempo para interrogatórios, diga logo o que quer saber e vá embora.
-Ele veio pra cá junto com você não veio? Vocês estão juntos, eu sei, onde ele está? No quarto? Eu vou até lá procurá-lo, você não pode tirar ele de mim, você não tem esse direito Luiza.
-Você está louca, não estamos juntos e ele não está aqui.
-Como não? Ele não apareceu em casa desde o casamento.
-NÃO?
Luiza ficou desesperada, ela nunca se perdoaria se acontecesse alguma coisa com Pietro, ela o tratou tão mal.
-Luiza, Pietro não está aqui?
-Não, ele foi embora. Meu Deus será que aconteceu alguma coisa com ele?
-O carro dele está lá fora.
-Só o carro, ele veio me trazer em casa e acabou a gasolina, então ele foi embora andando.
-Espera um pouco, estava chovendo forte naquela noite, como você foi capaz de deixá-lo partir andando?
-Como se você se importasse com ele.
-Claro que eu me importo, sou esposa dele.
Luiza percebe um ar de provocação nas palavras de Maria Antônia.
-Sai daqui garota, você só atormenta a minha vida. Vá embora.
-O que foi, disse algo que você não gostou Lú?
-Você fala de Pietro como se o amasse, eu sei que você não o ama e que está com ele por vingança a mim, sei que me diz essas coisas e finge se preocupar só pra me provocar. Henry é seu verdadeiro amor Maria Antônia.
-Eu vou embora.


Maria Antônia sai, ficou tão irritada com o que Luiza disse que até se esqueceu de Pietro. Mas Luiza não, ela começa a ligar desesperadamente no celular de Pietro, mas só cai na caixa postal, então liga para alguns amigos em comum e descobre que Pietro...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O dia do casamento - Capítulo VIII


Sophia estava em sua casa, com seu cigarro (um triste vício). Mas algo a incomodava, estava incerta do que tivera feito, começou a achar que não deveria ter se intrometido na vida da amiga de tal forma, mas por outro lado achava que estava certa. Mas era estranho imaginar que a amiga podia odia-la para o resto da vida. Estava indecisa, tinha medo! Entre um cigarro e outro decidiu que no dia seguinte procuraria Luiza, e explicar-se-ia pelo que fez. No dia seguinte, acorda, vai até o banheiro, se olha no espelho, não se reconhece... Tem medo. Passa o dia inteiro pensando se deveria mesmo procurar Luiza. Para lá, para cá, de um lado para outro, às 18:00h decidiu que deveria ir até a casa de Luiza... E foi.Chegando, dá de cara logo com a dona Marieta, mãe de Luiza. Ela olha indiferente, Sophia sente-se mal. Então pergunta meio envergonhada:

-Luiza está?

-Sim está, mas o que veio fazer aqui? Atormentar a cabeça de minha filha com seus pensamentos errados?

-Não, vim apenas desculpar-me.

-Ah!

-Posso entrar?

Não diz mais nada, apenas balança a cabeça dizendo que sim, tem um olhar frio. Então Sophia sobe as escadas em direção ao quarto de Luiza. Bate na porta, Luiza abre, Sophia diz:

-Podemos conversar?

-Se eu falar que não, você vai insistir que eu sei! Então não quero perder tempo, diga logo o que tem a dizer e vá embora!

-Está muito chateada comigo? É que na verdade eu só queria o seu bem e acabei fazendo o que sei que é melhor pra...

-Você não sabe o que é melhor pra mim Sophia, nunca soube, se soubesse não teria feito o que fez, você sabe quanto já sofri por Pietro, e não quero, não posso mais sofrer com isso.

-Luiza, desculpe, mas você seria infeliz casando-se com Apolo, você não o ama.

-Discutir contigo é inútil mesmo! Já disse, de meus sentimentos só eu que sei. Não quero mais sofrer por Pietro.

-Se tens medo de sofrer é porque o ama, se não o amasse não sofreria. Você tem medo... Medo de assumir que ama Pietro de verdade, e é com ele, não com Apolo que quer viver o resto de sua vida!

-Eu amo Apolo, é Apolo que eu amo você não consegue entender? Amo tanto que não sei nem do que sou capaz para conseguir o amor dele de volta pra mim. - Luiza chora descontroladamente.

-Porque choras? Vá implorar o perdão de Apolo se o ama tanto como dizes, vamos... Vou contigo e digo que tudo que fiz foi plena maldade. E digo mais, falo de todo esse ‘amor’ que você sente por ele. Vamos?

-Ah, agora você quer consertar o que fez? Arrependeu-se?

-Não, em nenhum momento me arrependi. Mas se você quer continuar se enganando... Não posso mais ajudar-te! Então vamos conversar com Apolo, desminto o que disse e tudo volta a ser como era antes!

-Não vou, pára de querer se meter na minha vida, de querer resolver meus problemas, de querer saber sempre mais que a mim mesma, pára... Pára... Não agüento mais!

-Não vai porque tem medo, porque no fundo sabe de seu amor por Pietro.

-Vá embora Sophia!

-Hamha, eu irei! Não sou de humilhar-me muito, você sabe... Mas sei que um dia irá agradecer-me, e este dia será no dia de seu casamento com Pietro, você irá até minha casa convidar-me para festa, e ai vai ser tarde de mais.

-Ahahahahaha! Coitada, você acha mesmo Sophia? Acha que um dia agradecerei a você por estragar a minha vida? E ainda acredita que me casarei com Pietro?

-Eu acredito no amor verdadeiro!

-Sophia, eu tenho dó de você!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O dia do casamento - Capítulo VII


-Você acha que eu cairei nessa novamente? HAHA.
-Ta bom. Quer saber? Cansei, tchau.

Pietro dá as costas e segue!
-Na chuva assim?
-Na chuva assim!
-Pietroooooooooooooooo...

E o grito de Luiza se perde no tempo, Pietro nem sequer olhou para trás.Então Luiza entrou para sua casa e lá estavam seus pais e seus irmãos, Luiza passou por todos sem trocar uma palavra. Sobe e vai até seu quarto, entrando, vê Apolo sentado em sua cama folheando um álbum de fotos em que só havia fotos dos dois. Luiza sem saber o que fazer o que dizer. Então seca suas lágrimas e diz a Apolo, como se não tivesse acontecido nada:

-Você aqui?-Sim, eu aqui, surpresa Luiza? Ou você achou que tudo que fizeste comigo passaria assim?
-Não, claro que não! Amanhã mesmo ia procurar a ti.
-Você poderia esperar até amanhã, eu não. Fique tranqüila, não irei ocupar muito seu tempo!

Então se levantou da cama, foi até o outro cômodo e pegou uma sacola.
-O que é isso? Perguntou Luiza

Sem dar uma palavra, despejou as coisas que estavam na sacola, em cima da cama de Luiza. Luiza percebeu que eram alguns presentes que havia dado a ele.

-O que é isso Apolo?
-Há você não está vendo? Quer uma explicação mais clara do que é isso? Isso são pres...
-Pare. O que pretende fazer?
-Veja você mesmo.

As cartas ele rasgou, algumas camisas que Luiza deu a ele, rasgou. Vidros de perfumes quebrados ao chão. Luiza gritava desesperada.

-Pare com isso Apolo, pare, por favor.
-Não, não quero nada que me lembre você comigo. Enfim é só isso ‘Lu’.
-Vamos conversar Apolo. Eu gosto de você, tudo isso foi um plano de Sophia e Pietro para separar-nos.
-Aham. E pelo jeito você gostou, Pietro veio até te trazer em casa. Adeus Luiza, BOA SORTE. (Risos sarcásticos)
-Que droga de vida, Sophia e Pietro vão me pagar. Eu os odeiooooooooooooooo- Luiza grita enquanto Apolo se retira.Apolo então vai para casa, caminhando e se perguntando o porquê disso tudo, ele sempre fora tão dedicado a Luiza! É mas realmente tem coisas que não tem respostas!Luiza em sua casa chora e se faz a mesma pergunta, o porquê de tudo isso, estava tão feliz com Apolo (ou pelo menos fingia estar), mas enfim, também não encontrava respostas!

terça-feira, 24 de junho de 2008

O dia do casamento - Capítulo VI


Pietro então segue andando... Luiza grita:
-Pietro, porque vai deixar seu carro?
-Acabou a gasolina- E continua andando..
-Espere Pietro- diz Luiza.
-Mudou de idéia? A pouco mandou sumir, agora quer que eu fique?
-Não, não mudei de idéia. Não sou tão ruim a ponto de te deixar ir caminhando na chuva, pode pegar um resfriado. Fique, durma amanhã cedo vais embora.
-Não, seus pais não gostam de mim. Não é? Porque ficaria?
-Porque estou pedindo!
-Fico se você prometer que volta pra mim.
-Não posso, não quero- Luiza grita.
-Porque gritas? Incomodo-te?
-Sim muito... Some daqui Pietro... Eu te odeio.
-Tudo bem, só não peça para esperar novamente- Pietro diz dissimuladamente.
Então ele segue caminhando... Na esperança de que Luiza retorne a chamá-lo, prossegue em passos lentos... Luiza não o chama, ele volta, Luiza está sobre o chão, aos prantos!
Pietro diz:
-Porque não deixa esse orgulho parvo de lado e fique comigo, estais sofrendo sem mim Luiza... Eu te amo, prometo sempre estar com você, dê-me uma chance.
-Você me engana me ilude juras amor eterno... Depois me abandona como se nada tenha sido eu em tua vida. Que amor é esse que tens por mim Pietro?
-Amor que ama Luiza, amor que cuida que mal trata. Amor que tem vontade de estar perto, mas também sente vontade de estar longe. Amor, meu amor por ti Luiza. Acredite em mim, vamos ser felizes juntos.
-Não posso. Acreditar em ti novamente seria tolice.
-Eu sei o que estou falando, sei que desta vez não vou enganar-te novamente. Eu te amo, e sei disso, nada mais mudara o que sinto por ti meu amor, agora que fiquei a ponto de te perder.
-Você sempre sabe não é? Nunca cumpres o que diz, estou cansada disso. Sempre és tão sábio no que dizes, mas não tem palavra. Não acredito em ti.
-Provo-te amor verdadeiro Luiza. Acredite pela ultima vez no que digo, e venha ser feliz ao meu lado... Deixe teus pais e Apolo, largue tudo como estou fazendo. Vamos ser felizes longe daqui.
E um silêncio surge entre os dois, nem um barulho além do cair da chuva e o assoprar do vento. Luiza está pensativa... Pietro segura suas mãos e pergunta:
-Você ainda me ama Luiza?
Luiza olha para Pietro assustada, sem saber se diz a verdade, mas faz o que seu coração manda, e diz aos prantos:
-Eu nunca te esqueci Pie, se eu ia ao cinema com Apolo, era de ti que me lembrava, quando ia a algum parque, ou até mesmo tomar um sorvete, era em ti que pensava. Você não sabe como eu me senti quando soube que Maria Antônia estava grávida. Eu sofri tanto Pietro, sofri longe de você, sofri quando namorávamos, sofri muito.
Pietro começa a chorar e abraça Luiza, sente-se culpado por vê-la daquele jeito, sente-se mal e só consegue pedir para que ela o perdoe e volte para ele:
-Vamos fazer tudo diferente Luiza, agora que sabemos que o amor que sentimos é maior que tudo, podemos viver felizes.
Luiza olha para Pietro com os olhos cheios de lágrimas, abre um leve sorriso, e diz:

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O dia do casamento - Capítulo V





Pietro coloca Luiza dentro do carro, e a leva para um lugar bem longe dali, onde costumavam ir quando namoravam.

-Nossa como está diferente
-É muita coisa mudou, o parque, nós dois ...
-Pietro, pára com isso, tudo mudou, nada mais importa
-Pra você não importa. Olha no que você se tornou, que frieza, aquele crápula não te fez nada bem
-Fez sim, ele estava ao meu lado quando eu adoeci, quando eu precisei de um ombro pra chorar, estava ao meu lado nos finais de semana chuvosos, e estava ao meu lado também, quando você me trocava pelos seus amigos
-Você me traiu com ele Luiza?
-Histórias de Maria Antônia? Claro que não seu tolo, eu nunca faria isso com você. Pena que não posso dizer o mesmo
-Nunca mais repita isso
-É que sei lá Pie
-Pie?
-Desculpe-me, força do hábito
-Há tanto tempo não ouço alguém me chamar de Pie
-Está tarde, melhor eu ir embora
-Fique mais um pouco, precisamos conversar
-Não temos nada pra conversar
-Luiza, eu sei que errei, errei também por ter me casado com Maria Antônia, mas ela estava grávida e eu não podia deixá-la. Seria covardia. Na mesma semana que ela perdeu o bebê você e Apolo romperam com o namoro
-O que você está querendo dizer com isso?
-Você sempre acreditou em sinais, destino, e quando isso aconteceu, eu passei a acreditar também, aquela era minha chance de te reconquistar, mas eu tive medo
-Tínhamos apenas brigado
-Era tempo o suficiente para correr atrás do tempo perdido meu amor
-Não me chame de “meu amor”
-Não seja tão dura, eu sei que você aind...
-Você não sabe de nada Pietro, você pensa que sabe, fantasia as coisas, assim como Sophia
-Se você não gosta de mim, está fazendo o que aqui?
-É... Eu vim pois estava desesperada, perdi a noção do que estava fazendo, em sã consciência eu jamais teria vindo.
-Luiza, Luiza, renegue seu ódio e venha comigo .

Luiza abaixou a cabeça, e olhou para Pietro chorando, ela ainda o amava, e muito, nunca amou daquela forma, e sabia que Pietro também sentia o mesmo, que o amor de ambos não havia morrido

-Você não me ama coisa nenhuma Pietro, só está dizendo isso por que eu estava bem, ia me casar com Apolo e viver feliz, ao contrário de você, que nunca amou Maria Antônia
-Como poderia viver feliz com Maria Antônia? Se é a você que amo.
-E só agora você percebeu isso?


Pietro está desesperado, ele teme que Luiza realmente não sinta mais nada além de ódio. Os dois ficaram calados por alguns minutos, até que começou a chover, Pietro levou Luiza para casa, e no caminho colocou algumas músicas para lembrá-la do passado.

-Chegamos, fica bem ta!
-Obrigada por tudo Pietro
-Volta pra mim?
-Boa noite
-Não me ignore
-Só estou evitando mais sofrimento, você sabe que nosso amor é impossível
-Você não quer nem tentar?
-Pra quê? Pra você me trocar por Maria Antônia novamente?
-Eu era imaturo, Luiza entenda isso
-Não, não, não, não...
-Você quer, eu sei que quer
-Pára, chega. Adeus Pietro
-Faça o que seu coração quer
-Agir com o coração é loucura
-Agir sem ele é querer sofrer. Até mais Luiza
-Some daqui. Espero não vê-lo novamente.
-É isso que realmente quer?
-Sim.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O dia do Casamento - Capítulo IV


Enfim estava tudo pronto para o casamento. Apolo já esperava ansioso no altar... De repente Luiza chega... Os olhos de Apolo brilham, Luiza nem sorrir consegue...
Enfim o casamento começa, o padre segue com aquelas perguntas típicas de casamento... Quando pergunta:
-Alguém aqui é contra esse casamento?
Ao fundo todos escutam uma voz, logo olham para traz:
-Eu sou contra esse casamento – Sophia grita.
Luiza olha com cara de assustada, temendo o que amiga dirá
-Sophia o que significa isso?
-A Luiza não deve se casar com você Apolo, ela sempre foi apaixonada por...
-Cale-se Sophia, você não tem nada haver com isso, por favor, tirem ela daqui
- Para o seu próprio bem Luiza, não se case com Apolo, não faça isso com você, não se engane, o seu grande e verdadeiro amor está logo ali, só esperando você largar tudo para ficar com ele
-O meu grande e verdadeiro amor é APOLO, e você sabe muito bem disso Sophia
-A história que eu sei é outra
Todos estão assustados com a situação, o padre diz:
-Por favor, parem, estamos na casa de Deus, sem brigas. Eu devo ou não continuar com o casório?
-Sim- Diz Luiza.
-Não- Diz Pietro indo em direção de Luiza.
-O que é isso Luiza? Eu sempre soube que você não me amava de verdade.-Diz Apolo com um ar decepcionante.
-Como não Apolo?
-Luiza, depois disso tudo você ainda quer que eu acredite que me ama, que me amou algum dia em sua vida?
-Claro Apolo, depois de tudo que vivemos juntos, você tem que acreditar, eu te amo!
-Não... não...
-Apolo, está tudo mundo esperando o casamento acontecer
-Problema de quem espera acontecer, e sorte de quem quer que acabe, por que conseguiram
-Apolo volta aqui
-Deixe ele ir Luiza, ele não sabe o que está perdendo
-Quem é você pra falar sobre me perder Pietro?
Luiza sai correndo da igreja, vira-se para Sophia e pergunta
-Está feliz agora Sophia?
-Sim, por que sei que você será feliz também, um dia você vai me agradecer por isso
-Há Há, a humanidade que vai agradecer a mim por ter te matado, bem que Henry tentou abrir meus olhos dizendo o quão falsa tu és, e eu tola nunca acreditei nele.
-Luiza vamos sair daqui
-Você de novo Pietro? Eu sei que você está envolvido nisso, foi tudo um plano de vocês não foi?
-Não, eu não sabia de nada, mas fiquei feliz
-O que disse?
-Nada, desculpe-me. Vem comigo?
-É o que me resta.

domingo, 1 de junho de 2008

O dia do Casamento - Capítulo III




Faltava apenas uma hora para o casamento, quanto mais o tempo passava, mais nervosos ficavam... A mãe de Apolo continuava a encher a cabeça de seu filho, “Meu filho, tem certeza do que está fazendo? Não quer desistir? A mãe te dá todo apoio!” Nem faltando minutos para o casamento a velha desistia de fazer com que seu filho não casasse. Do lado de Luiza, Sophia continuava a falar, “Tem certeza do que está a ponto de fazer? É melhor você desistir, você e Pietro se amam, vá atrás dele” insistia nisso, mas Luiza estava realmente decidida, casar-se-ia com Apolo, mesmo sabendo que poderia arrepender-se profundamente. E de um outro lado, estava Pietro, chorando... Sim chorando! A pouco veria sua amada se entregar totalmente aos braços de outro e não poderia fazer nada. Aliás, poder... Podia, mas não tinha coragem suficiente para isto! Sophia, já havia preparado tudo! Jamais deixaria duas pessoas que se amam longe. Talvez estivesse cometendo um grande erro em intrometer-se na vida da amiga, talvez não! Mas sabia do que pretendia fazer, e ia fazer sem medo algum.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O dia do Casamento - Capítulo II


Pietro não era um exemplo de moço como Apolo. Tinha um casamento infeliz com Maria Antônia, casou-se com ela á três anos, por tê-la engravidado. Não tinha um trabalho fixo, vivia pelos bares da cidade se embebedando e contando sobre sua história com Luiza a qualquer amigo de copo que arranjasse. Apesar de ter certeza de seu amor por Luiza, era meio "confuso, estranho, meio... Sei lá!", como ele mesmo dizia. E nunca havia tido atitude para largar tudo e correr atrás do tempo perdido e viver feliz com Luiza.
Maria Antônia? Coitada, tinha uma vida infeliz, aos oito meses de gravidez descobriu que carregava em seu ventre um bebê morto, tinha um marido irresponsável que não a amava, estava com ela por... Não se sabe por quê!
Luiza preferia esconder o amor por Pietro, achava melhor assim... Queria mostrar ao mundo que Apolo a fazia feliz. Mas por dentro só ela sabia o quanto sofria por não ter Pietro ao seu lado. Sua amiga Sophia tentava ajudar, tentava fazê-la confessar que ainda sentia algo por Pietro, mas ela não confessava, era daquele jeito, fechada... Como um túmulo.
Luiza sempre arranjava um jeito de estar ao lado de Pietro, era impressionante. O chamou para ser padrinho de seu casamento, ele logo havia aceitado! Para ele, era a certeza de que os dois não tinham mais chances, e além do mais, queria presenciar este momento, mesmo sabendo que sofreria eternamente. Era uma forma de tentar esquecê-la de vez...
Rocha, Grasiele

terça-feira, 27 de maio de 2008

O dia do Casamento - Capítulo I




Começo agora a escrever uma ficção, que talvez possa tornar-se realidade daqui a alguns anos. Brincadeiras a parte (ou não), é isso ai, espero que gostem!


O dia do Casamento





Estavam todos ansiosos enfim o grande dia chegou faltavam menos de duas horas para o casamento de Luiza, e Apolo. A família da noiva muito contente, pois Apolo era um bom moço, a pessoa certa para casar-se com Luiza. A família do noivo por sua vez, não se simpatizava muito com Luiza, para eles, ela não passava de uma menina mimada, que não tinha maturidade para casar se com Apolo. Mas... Sabe de uma coisa? A família do noivo é a que menos importa, o amor de Apolo por Luiza era tanto, que nada nem ninguém destruiria esse casamento. Aliás, isso o que ele pensava.
Luiza havia tido um relacionamento em sua adolescência com Pietro, um relacionamento instantâneo, mas que deixou muitas marcas. Do caso deles só sobrou mesmo, a amizade, o que eles diziam ter sobrado, mas Sophia sabia que o sentimento de um pelo outro jamais teria se apagado...








Rocha, Grasiele

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Apenas mais palavras



-Sabe às vezes eu me sinto tão só
-Por quê?
-Não sei da uma vontade de chorar e ser abraçada, por ele
-Então abrace você pode tê-lo
-Quando ele não está me sinto perdida, é como se eu estivesse num lugar onde não conheço ninguém
-Mesmo conhecendo?
-Sim, nessas horas é que me sinto mais perdida. O mundo parece estar do avesso
-Você já sofreu por amor?
-E como sofri, muitos sabem metade do que passei, mas ninguém sabe o que eu realmente passei -Por que não sabem?
-Não gosto de ficar comentando. Até hoje eu sofro em silêncio, não só por amor, mas por outras coisas também
-Não compartilha isso com ninguém?
-Não eu não entendo por que sofro, por que sinto. E prefiro nem comentar com ninguém
-RS. Sentimento estranho hein
-Muito, RS. Mas me fale. Como foi sofrer por amor?
-Foi como ir para um lugar estranho e escuro, sentir sem querer, ver e chorar, fugir e encontrar
-E doía?
-Muito. Doía dizer que não amava mais, que não queria mais. Doía lembrar, falar
-Por que você não evitou a dor?
-Eu tinha medo de dar meu coração para ela, eu fingia que não estava nem ai, negava meu desejo mesmo a querendo mais que tudo. Por ela eu faria tudo, tudo mesmo, sem exceção, impossível era esquecê-la
-Era amor verdadeiro né?
-Era sim, mas passou. Eu também me sentia só, mas ao contrário de você, eu não tinha ninguém por perto, pra me abraçar e me amar
-Enquanto a vida vai e vem você procura achar alguém que um dia possa lhe dizer: - Quero ficar só com você-O que é isso?
-Legião Urbana – Antes das seis
-Atá. É a mais pura verdade, as pessoas vivem procurando um alguém certo, mas às vezes se enganam, ficam com a pessoa errada, largam a pessoa certa
-É a vida. Foi bom falar contigo
-Pra mim também foi bom
-Antes de partir diga-me, quem é você?
-Aquele que já sofreu por amor, já sorriu por amor, aquele que te ouve e te entende, aquele que não te critica e diz o que queres ouvir.




BORGHETTI, Maísa.

domingo, 25 de maio de 2008

Pudera eu


"Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui"

Sou de outra tribo e ninguém me chamou aqui.






Você já se sentiu mal em algum lugar?
Já se sentiu um peixe fora d'água?
Já se sentiu como se ali não fosse o seu lugar?
Já sentiu vontade de fugir e nunca mais voltar?
Eu já.







"Paris, ai vou eu."

Falo em sonhos. Lá ninguém me conhece, quem sabe eu me sentirei
bem em Paris.



Mas eu amo minha São Paulo. Linda, maravilhosa e movimentada,
onde ficam pessoas especiais e que eu amo muito.
Mas e aqueles que não me fazem bem?




Você já se fez essa pergunta?
Espero que não. A pior coisa que existe, é você ter
que acordar e ir para um lugar onde não se sente
bem, e onde você sabe que não é bem vindo, pudera
eu nunca mais voltar praquele lugar.






Trecho da música - Trem de ferro. Tom Jobim e Manuel Bandeira
Texto:  Borghetti, Maísa.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Hoje A Noite Não Tem Luar - Legião Urbana

Ela passou do meu lado

Oi, amor - eu lhe falei

Você está tão sozinha

Ela então sorriu pra mim


Foi assim que a conheci

Naquele dia junto ao mar

As ondas vinham beijar a praia

O sol brilhava de tanta emoção

Um rosto lindo como o verão

E um beijo aconteceu


Nos encontramos à noite

Passeamos por aí

E num lugar escondido

Outro beijo lhe pedi


Lua de prata no céu

O brilho das estrelas no chão

Tenho certeza que não sonhava

A noite linda continuava

E a voz tão doce que me falava

O mundo pertence a nós


E hoje a noite não tem luar

E eu estou sem ela

Já não sei onde procurar

Não sei onde ela está


Hoje a noite não tem luar

E eu estou sem ela

Já não sei onde procurar

Onde está meu amor?



O que sinto hoje, agora.

No silêncio daquela noite eu senti o que não deveria sentir, o que não pensei que sentiria. E eu me identifico com uma música da qual eu nunca imaginei que me identificaria:
“Sei que já tentei de tudo,Sei que já não quero mais lembrar. Só não sei como dizer pra mim.”
Não é sempre que me lembro, mas me lembro, e o que sinto não é totalmente saudade, é meio saudade, meio lembranças.
Chego a me sentir desprotegida, mas passa e vejo que não estou sozinha.
Não trocaria o que tenho hoje pelo que tive ontem, mas se eu pudesse apagaria as lembranças de ontem, evitaria o ontem para viver completamente bem hoje.
É difícil, mas é possível.
Não sei ao certo o que é isso, nem sei se existe, talvez só eu sinta, sinto tanta coisa.

Borghetti, Maísa.
Para: Aquela que vive dentro de mim.

Entre histórias e amores - Em uma nova vida


-Entende?
-Claro, o fato de não querer aceitar isso, não significa que não te entendo
-Estou completamente, perdidamente apaixonado por você garota não me dê às costas agora, por favor, não me deixe
-Pare com isso
-Lembra de como era antes?
-Lembro sim, era um amor só, quem olhava de longe já podia perceber que éramos eternos apaixonados, que eu te amava com todas as minhas forças
-E antes disso?
-Antes?
-Garota, antes de você me amar, eu te amei muito mais, eu te chamava todas as noites, pedia aos céus para te ter ao meu lado, via seu nome pichado nos muros, te via em todo canto, eu te amei antes de você imaginar que eu existo, te amei antes de você descobrir o que é o amor, eu te amei, amei muito, e ainda amo

...

-Seque suas lágrimas e venha viver comigo, eu vou te fazer feliz
-Mais uma promessa pra você quebrar
-Eu já quebrei alguma promessa?
-Sim, quando você me disse que nunca mais me deixaria, e me deixou
-E agora estou aqui, pedindo pra voltar, te pedindo perdão e dizendo mais uma vez, garota eu te amo
-Você trocaria seus planos por mim? Deixaria tudo de lado?
-Eu daria tudo que eu tenho, eu daria tudo que eu sou, eu deixaria tudo de lado, qualquer bobagem, qualquer vaidade, eu trocaria tudo isso, qualquer coisa, pra viver ao seu lado, é só você dizer que sim
-Eu tenho medo de sentir o que eu sinto por você
-Não tenha medo, apenas sinta e viva esse sentimento
-Até quando?
-Para o resto de nossas vidas. Volta pra mim?
-O que sinto por você é mais forte que tudo. Eu te amo, não posso viver longe de ti
-Então, vem embora comigo? Vamos pra outro país, outro planeta, longe daqui, longe de tudo, vamos?
-Eu te amo, eu te adoro, não sou nada sem você, sem suas promessas, seu sorriso. Por você eu faço tudo, eu largo tudo, por você, só por você. Eu não posso negar um pedido desse
-Você vem?
-É claro que sim, mas com uma condição
-Qual?
-Promete que vai cuidar de mim, pra sempre?
-Só se você fizer o mesmo
-Nem preciso prometer nada. Eu sem você é como você sem mim.




Borghetti, Maísa.