terça-feira, 14 de maio de 2013

...uma dor bem apertada no peito.

- Estou sentindo aquele prazer enorme de ter uma dor bem apertada no peito.

Foi com estas doces (dores) palavras que ela descreveu o que sentia naquela tarde, uma dor aguda que te permitia sentir viva, sentir o que dói de verdade. O que ela mais queria era sentar de frente para o mar e ouvir sua trilha sonora melancólica, se acabar em pensamentos e decisões passageiras sobre seus amores ao som de Maroon 5 e Eric Clapton, sonhar em caminhar por aí de bar em bar na tentativa inútil e dolorida de esquecer o seu amor ao som de Amy Winehouse e Radiohead, ou até mesmo deitar-se na areia e chorar por estar perdida em meio a tantas dúvidas ao som de Sheryl Crow e Damien Rice.
Aquele prazer em sentir dor já não fazia mais sentido dois segundos após dizê-lo, a revolta lhe tomava conta e tudo o que ela procurava eram respostas para suas perguntas, perguntas sem respostas. E mesmo quando ela parava e olhava para o nada, olhava para suas mãos, se olhava no espelho, olhava para o infinito e para o céu, não haviam respostas... A única certeza que tinha era a de que precisava ficar sozinha, mesmo que imersa em dor e desespero, precisava de uma dose de solidão.



Borghetti, Maísa.

Nenhum comentário: